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  • raelbernardo

Austeridade a vista?

Por Ludwig von Inacio




Moralmente, a austeridade é quase sempre vista como virtude. Julgamos negativamente aquele que peca pelo excesso, que não sabe se conter, que tem desejos ou apetites exageros, e que, economicamente, “vive além dos seus meios”, que não poupa para o futuro, que se endivida para financiar caprichos de consumo ou noitadas com jogos e bebidas.

Por outro lado, louvamos a moderação, a aceitação de limites, em alguns casos até mesmo a rigidez moral e religiosa na conduta pessoal. No terreno do orçamento individual, observamos como o desperdício e o abuso podem criar dificuldades e até arruinar uma família, prejudicando a escola dos filhos e a poupança para problemas futuros de saúde, por exemplo. No terreno da moral, portanto, a austeridade é vista como uma virtude, como é também na gestão do orçamento familiar.

No futebol, esse discurso é fundamentado por um interesse escuso: o de favorecer a manutenção de privilégios pelos clubes que dominam a cadeia alimentar de cada competição. É muito comum ouvir de algum comandante de clube rico e tradicional algo como: “A gente não acredita que uma competição deva ser constituída por quem tem o dono mais rico, por quem tá querendo só investir em jogador.” Isso é muito bom quando você está por cima da carne seca. Aos demais, aceitem e sofram.

Como torcedor do Twente, recebo com desconfiança as movimentações dessa janela de transferência. Um time que vendeu por fortunas a dupla de zaga no ano anterior, apresentando resultado financeiro positivo ano a ano, mas decide segurar os gastos? O clube serve para quê, senão dar resultado em campo? Ainda que seja uma empresa, demandando responsabilidade, não estaremos por ignorar seu fator principal, que é o desempenho em campo, para cumprir com os objetivos dos acionistas?

Não posso admitir que vendermos, Okabayashi, Grujic, Alexandersson e Tello, e a reposição são jogadores refugados de seus clubes, ou uma aposta, como é o caso de Ümit Dinger. Isso quando repõe. Os rumores indicam que um novo goleiro não será contratado e van Pels apostará em Minvielle.

Pois bem, continuem sem investir no futebol. Assistiremos mais um belíssimo quarto lugar e desclassificações em copas, mas pelo menos os diretores poderão comprar seus iates em paz.


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